Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Translate to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese
Partilhe esta Página

Congresso Nacional derruba decreto presidencial
Congresso Nacional derruba decreto presidencial

**Congresso Nacional derruba decreto presidencial que aumentava alíquota do IOF: um marco na história legislativa brasileira**

Na quarta-feira, 25 de julho de 2025, o Congresso Nacional tomou uma decisão histórica ao derrubar o decreto presidencial que elevava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Este episódio marca a primeira vez desde o governo de Fernando Collor de Mello, em 1992, que o Legislativo revoga um decreto do Executivo nesta magnitude, sinalizando uma intensificação do embate entre os poderes no cenário político brasileiro.

**Contexto e motivações do conflito**

A controvérsia teve origem na decisão do governo de aumentar a alíquota do IOF, uma medida que, segundo a administração federal, visava ampliar a arrecadação e fortalecer as finanças públicas em um período de desafios econômicos. Contudo, essa iniciativa não foi bem recebida pelo Congresso, que considerou o decreto uma intervenção indevida na legislação tributária e uma afronta ao princípio da separação dos poderes.

O conflito se aprofundou após uma reunião de 8 de junho, considerada por muitos como uma “reunião histórica”, na qual líderes do Legislativo, como Hugo Motta (Republicanos-PB) da Câmara, e Davi Alcolumbre (União-AP) do Senado, firmaram um entendimento e passaram a pressionar o Executivo contra a medida. Desde então, o Congresso intensificou sua postura de resistência, culminando na derrubada do decreto.

**A judicialização da questão**

A controvérsia não se limitou ao âmbito político. No dia 1° de julho, o governo entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) buscando manter os efeitos de três decretos relacionados ao aumento do IOF, que haviam sido derrubados pelo Congresso. O ministro Alexandre de Moraes, relator de ações envolvendo o tributo, suspendeu, em 4 de julho, os efeitos do decreto do presidente Lula e determinou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho, buscando resolver o conflito por meio do diálogo e da interpretação constitucional.

O governo, por sua vez, argumentou que o aumento do IOF faria parte de uma estratégia para taxar mais fortemente os super-ricos, uma narrativa que ganhou destaque nas redes sociais. Em contrapartida, o Legislativo defendeu a autonomia para decidir sobre a política tributária e criticou o uso de decretos como instrumento de alteração de alíquotas sem aprovação parlamentar.

**Implicações e repercussões**

A decisão do Congresso de derrubar o decreto marca um momento de fortalecimento do papel do Legislativo na definição de políticas fiscais e demonstra a disposição do Parlamento de exercer seu poder de controle sobre o Executivo. Além disso, evidencia as tensões institucionais que permeiam o cenário político atual, agravadas por disputas jurídicas e debates públicos acalorados.

A disputa também reflete uma polarização na sociedade brasileira quanto à tributação de diferentes grupos sociais. O governo defende que o aumento do IOF, especialmente sobre operações financeiras, beneficiaria a arrecadação de recursos que poderiam ser utilizados em programas sociais e investimentos públicos. Por outro lado, setores da sociedade, apoiadores do Congresso, argumentam que a medida penaliza os mais pobres e favorece os ricos, reforçando a necessidade de uma reforma tributária mais justa e equilibrada.

**Considerações finais**

O episódio do dia 25 de julho de 2025 ficará marcado como um momento emblemático na história recente do Brasil, simbolizando a resistência do Congresso frente às tentativas do Executivo de alterar a política tributária por meio de decretos. Além do aspecto jurídico, esse confronto evidencia a complexidade das relações entre os poderes e a importância de um diálogo institucional saudável para a democracia brasileira.

Enquanto a audiência de conciliação agendada para o dia 15 de julho busca apaziguar as diferenças, o desfecho desse conflito poderá influenciar significativamente o futuro da política fiscal e da relação entre Legislativo, Executivo e Judiciário no Brasil.

 

 

   

 

topo